Sem Poder de Cicatrização

     Basta uma, frase já dita anteriormente, um uma receita cheia de significado, uma cena de filme clássico, uma fala de um personagem ou o simples fato de esquecer que as coisas ja não são mais como antes, e os frágeis pontos desa ferida se abrem.

     É uma dor pulsante e viva, um terror que se instala dentro de cada veia e artéria desse saco de carne que é seu corpo, a força posta pra respirar torna-se imensa como se você estivesse se afogando e por fim tudo isso extravasa e você chora e mesmo assim parece que essa dor nunca terá fim.

     Aquele momento passa e volta-se a viver como se tudo estivesse bem, como se aquele ferimento não estivesse ali, sair com as pessoas, andar na rua como mais um ser humano no meio de tantos, ir e vir dos compromissos, comer, beber, sorrir e aparentemente a vida está bem; até alguma coisa despertar a lembrança daquela ferida então todo o terror e dor voltam como se fosse a primeira vez, e assim essa montanha russa se perpetua, mais por quanto tempo?
     A falta de alguém, de um lugar, de um abraço, a falta daquilo que pra te era e ainda é de grande importância, ou a falta de ser a importância de alguém, não importa qual o motivo, a dor é o resultado final dessa equação de destroços, mais você ainda sorri por que levantar perguntas as vezes machuca ainda mais o que já está danificado.