PERGUNTAS EM UM DESERTO

      Em mais uma madrugada sentindo o corpo cansado, numa cadeira desconfortável, com um silencio tão pesado que daria para corta-lo com uma faca de prata, a mente não para por nenhum misero segundo para deixar sua mandíbula relaxar, lá estão as grandes perguntas que você não quer responder e tenta ignorar, foca mecanicamente no trabalho que tem que exercer e tenta convencer sua mente para que ela diga para seu coração que você está no lugar que deveria está, mesmo sendo a mentira mais deslavada que você já contou para si mesma.

      Não vê mais brilho no que costumava ser ofuscante, não tem concentração, tem sono e cansaço de mais, disposição e vontade de mudar de menos, vontade de interagir menor ainda, e a mente continua te questionando o tempo todo a cada segundo como o tilintar de um relógio que nunca para marcando os segundos, você quer calar todas as perguntas, duvidas, mais quando tenta apaga as pequenas chamas que existem e volta a reforçar que se envenenar com suas próprias palavras e sua voz ainda é um infeliz dom que te segue. 

     Tentar manter a esperança tem sido como tentar levar uma vela acessa em um vendaval, num deserto escuro sem um guia ou qualquer pessoa por perto pra ajudar. Não sei se consigo chegar a um lugar seguro dentro do deserto que parece ter engolido o sol e o amanhecer com sua imensa boca, escurecendo tudo sem deixar nem mesmo pontos brilhantes no céu para ajudar.

     Talvez responder as vozes questionadoras seria uma bom começo, mais estou cansada de mais pra tentar, no mesmo ambiente fechado, frio, com um lugar desconfortável para sentar passo mais uma noite esgotada fisicamente e agradecendo por esta cansada de mais para ter que responder qualquer coisa dentro ou fora da minha cabeça.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Fênix

Noite de Estrelas.

Roda Gigante