Amores Ameaçados

   
 Quando o carro acelera na chuva e do banco de trás olho os pingos da chuva brilharem como pequenas estrelas, e no céu sempre uma surpresa nova, estrelas a forrar a extensão do manto escuro ou um denso cinza que faz o coração apertar, percebo a intensidade da paleta de amores, existe um amor único entre filhos e seus pais, entre irmãos, entre parentes mais próximos, tios, primos, sobrinhos, existe a infinidade de amores por amigos, melhores amigos, amigos mais próximos e aqueles que não estão sempre ali mais você sabe que o ama de alguma forma.
     Sobe esse pensamento dentro dessa paleta de amores você se sente inerte em uma realidade em que o medo é a palavra chave da rotina, do dia a dia, percebe-se então que a cada dia vencido só existe um desejo silencioso no amago de sua alma, que nenhum desses amores seja perdido pro anjo da morte, por menor que seja o amor, você não o quer perder, a explicação é simples, nós humanos, residentes do planeta terra somos egoístas e queremos tudo para nós sempre pelo tempo que nos faz bem, e em meio essa guerra silenciosa e mortal de uma pandemia não é vergonhoso temer perder qualquer gota desses amores ok.
     Nesse exato hoje conseguimos sentir a necessidade de dizer a alguém que o ama e que tem medo de perde-lo todos os dias é tão natural quanto abrir os olhos ao acordar.
     Doi de mais perder um amor pro anjo da morte, uma parte de você vai junto e no fim de mais um dia você repete quase como uma prece que isso logo vai acabar e o medo será menor.
     Mas será mesmo vai ser menor?