Lua Cheia

Sentada na areia fina e gelada observo o negro do céu se fundir ao reflexo escuro e sem fim do horizonte do mar, a lua esta cheia e no meio dessa imensidão de preto tem a luz prateada dessa lua que tem uma beleza intensa porem melancólica. O vento conversa comigo e eu somente queria que minha mente se aquiete por mais que um milésimo de segundo pra ouvir a canção do vento, e nesse segundo andar em direção ao abismo parece ser o certo a se fazer, se eu der sorte posso tocar a lua. Ao caminhar em direção a água pé ante pé uma parte do meu cérebro tenta me dizer que isso não é uma boa ideia já que eu não sei nadar, mas a outra parte dele é tão barulhenta e agitada eu somente quero calar essa parte e afundar todos os sentimentos que se afloram de uma só vez e torna parte de mim um amontoado de tudo que não significa nada. A água está gelada e conforme eu vou avançando as ondas batem com força e me forca a dar passos para traz como se nem a água do mar fosse querer este

      Hoje o chuveiro queimou pela manhã, o pó do café acabou e esqueci de desligar o ventilador.      Tive que subir os quatro lances de escada para desligar o ventilador foi quando o despertador tocou e eu já estava mais que atrasada de novo.      Sentei no carro e por 10 segundo engolir a vontade de chorar, rodei a chave e a luz da reserva acendeu.      Nem um hora tinha se passado desde que eu levantei do meu alento e agonia chamado cama e eu já não aguentava mais lutar somente pra conseguir sair de casa.      Esse hoje tem sido todos os dias, a agonia de não conseguir sair do carro pra ir pra cama ou de sair da cama pra "viver" tem sido exaustiva.      Para espantar o escuro uso luzes artificiais para me lembrar de ter esperança pois não consigo ver a minha,  as vezes eu acho que ela já morreu.      Bom dia, boa tarde, boa noite, como ele/ela está, vai ficar tudo bem, meu Deus, venceu ontem, você não vai conseguir, eu não aguento mais, sorrir, fazer piada, café, água, ma

      Sentada na beirada da cama olhando pela janela sem saber que horas são ou que dia da semana me encontro, com o corpo e a mente cansados mais sem conseguir me desligar do universo ao meu redor, os pensamentos turbulentos prosseguem sem cessar.      Sentada dentro do carro ouvindo os doces sons em sol maior vindos do rádio não tenho forças pra sair e subir os tantos degraus que me levam pra mesma solidão, silenciosa e avassaladora onde os pensamentos além de não se calarem ficam mais altos. Ligo o motor e saio, para onde? Não saberia lhe dizer só não quero dar espaço para a escuridão me engolir novamente.      Talvez uma taça de vinho ou uma garrafa, talvez mais dez minutos ou uma hora sentindo a água do chuveiro descer sob minha cabeça, nem quente, nem gelada outrora morna, sem perspectiva do que posso ser em um mês ou um ano, estarei eu aqui nesta mesma agonia?       Perita em fingir sorrisos e fazer da minha dor uma grande piada, pra mim mesma? Não, para o resto do mundo não ve